13 mar Histórias de superação – Rafael Scuissiatto
Quem olha para a trajetória de Rafael Scuissiatto com 8 medalhas de ouro no Sesc Triathlon Caiobá, imagina que ele sempre foi um atleta. Apesar de ter começado cedo, nem sempre foi assim. Rafael era um menino gordinho e, decidido a emagrecer, começou a fazer aulas de natação. Com muita dedicação começou a se destacar e disputar algumas provas infantis. Seu professor ao notar o gosto do menino também pela bicicleta, sugeriu que ele começasse a praticar Triathlon. “Eu nem sabia o que era Triathlon direito, mas topei.”
Sua primeira competição foi o Campeonato Paranaense Infanto Juvenil, onde conquistou o 4º lugar. Meses mais tarde disputou o Campeonato Brasileiro, na mesma categoria, chegando na 7ª posição. Ao se dar conta desses resultados excelentes mesmo sem nenhum treino específico, decidiu se dedicar ao esporte e trilhou um caminho de sucesso.
Hoje, Rafael é professor na Swimex e continua em constante desafio. No início do ano disputou a Trans Andes Challenge, uma prova de mountain bike realizada nas montanhas dos Andes, na Patagônia Chilena. A prova está entre as 7 mais difíceis do mundo. Afinal, são seis dias de competição com etapas que variam entre 60 e 90km de pedaladas por dia.
Rafael teve problemas desde o início por conta de uma infecção intestinal que contraiu já no primeiro dia. Eram 72km nessa etapa e sem desanimar concluiu, mas ainda havia um receio. “Eu terminei a prova pensando que eu não ia conseguir largar no segundo dia”
Rafael persistiu mesmo com dores e complicações. No 4º dia o inicio da prova contava com 12 km de asfalto, era a chance de conquistar uma boa posição. “Você já está o tempo todo pedalando na terra, na pedra, subida. Quando você pega um asfalto você se sente forte, então você anda muito rápido.”
Quando alcançou 2 dos 12km teve que lidar com os dois pneus furados e somente uma câmara. A agonia de ter ficado para trás nesse trecho o motivou ainda mais. “Eu nunca tinha ficado em último em nada na vida, eu fiquei desesperado”.
Conseguiu recuperar sua posição depois de duas quedas, mais dois pneus furados e outras complicações porque ainda estava doente.
“O resumo da etapa foi: sete horas em cima da bicicleta, sol na cabeça, duas quedas, quatro pneus furados e me sentindo mal.”
No 5º dia ele precisou de um médico e decidiram que ele não tinha mais condições de fazer a prova. Ele foi desclassificado, mas a organização permitiu que ele terminasse a última etapa como um gesto de superação.
“Estou com vontade de voltar no ano que vem para terminar do jeito que eu acho que tem que ser feito.”
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