Ciclista Fábio Dipp conta sobre a sua história com o esporte e suas expectativas para o Le Tour de France 2017

Desde criança, Fábio Dipp pratica esportes. Aos 14 anos foi quando um amigo o influenciou a abandonar seus treinamentos de natação e se dedicar totalmente à prática do ciclismo.

 

“Levei uns 2 anos até atingir um nível satisfatório de condicionamento, que foi quando ingressei na minha primeira equipe, em 1989. Nunca encarei o ciclismo como profissão, tanto é, que em 1993, quando eu já estava cursando a faculdade, abandonei as competições para me dedicar aos estudos.”

 

Para ele, as principais características de quem quer se tornar um ciclista são: persistência, insistência, resistência a dor e amor ao esporte. “O ciclismo é um esporte praticado em equipe, mas depende muito da condição individual de cada, então os treinos coletivos, muitas vezes, para alguns são confortáveis e para outros extremamente exaustivos e dolorosos.”

 

O trabalho em equipe no esporte é um fator relevante para o aprendizado do atleta, afinal em uma equipe a vitória é fruto da colaboração entre todos os integrantes. “Em toda equipe, teremos os atletas mais graduados, com mais experiência, melhor condicionamento, então, a partir do momento em que um ciclista é classificado ou convidado a participar de uma equipe, onde já existe uma base de competidores de nível, este atleta se vê na necessidade de acompanhar o restante do grupo, tanto em treinos como em provas. Esta situação implica em uma evolução técnica, tática e no condicionamento dos atletas de base com relação aos atletas de Elite.”

 

Neste ano, o Tour de France conclui sua centésima quarta edição que é considerada como uma das Grandes Voltas do ciclismo de estrada. Dipp está acompanhando todas as etapas, “as equipes que participam são extremamente bem estruturadas, todas com muitos gregários, sprinters e escaladores, alguns atletas com características mistas que lhes dão certa vantagem, porém a equipe SKY tem tido um investimento muito grande em material humano e em pesquisas.”

 

Suas apostas estão no atleta Cris Froome para a conquista do título. “Entretanto, sou de origem Italiana e também gostaria muito que o Fabio Aru pudesse incomodar, assim como nossos “hermanos” colombianos Uran e Quintana, que apresentam excelente condição para este Tour.”

 

Para participar das grandes clássicas do ciclismo, como Volta de Portugal, Giro D’Itália, Vuelta de Espanã, Tour d’Irland, etc, assim como o Tour que está acontecendo, “o ciclista tem que ter nascido com o dom do ciclismo, depois persistir nos treinos para atingir boas marcas, tempos e índices para despontar nos campeonatos nacionais, continentais e mundiais, e assim ser visto e qualificado para uma das grandes Equipes PRO TOUR”. A partir daí, basta ser profissional o suficiente para ser convocado, diz Dipp.

 

Em relação ao esporte em nosso país, Fabio considera que o Brasil tem possibilidades de colocar mais atletas em condições de disputar uma vitória no Tour, no entanto, não atualmente.

 

“Temos muitos talentos no ciclismo nacional, mas como em todos os setores do nosso país, no esporte também existe muita corrupção, e muito do dinheiro que deveria ser destinado a melhora no rendimento dos atletas é desviado e não chega aos mesmos. Enquanto isso não mudar, será difícil repetir o feito do nosso grande amigo Mauro Ribeiro.”

 

Ele ainda compartilhou algumas frases que o motivou e fizeram a diferença em sua trajetória profissional, e servem de inspiração para aqueles que estão iniciando no esporte:

 

“Quem vai ganhar não é o mais leve, ou o mais forte, mas sim o mais rápido e melhor preparado.”

 

“Quando você achar que já chegou ao seu limite de esforço, saiba que chegou a hora de começar a ser ciclista.”

 

“Nunca faça para o outro o que você não quer que façam para você.”